ATA DA DÉCIMA SEGUNDA
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 08-12-2014.
Aos oito dias do mês de
dezembro do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e
quarenta e quatro minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr.
Thiago, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, Lourdes Sprenger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario
Manfro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz,
Elizandro Sabino, João Carlos Nedel, João Derly, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Pedro Ruas, Professor Garcia,
Séfora Mota e Valter Nagelstein. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em
2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 013 e
015/14, os Projetos de Lei do Executivo nos 031, 038, 039 e 040/14,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 233/14 e os Projetos de Resolução nos
035 e 037/14. Às quinze horas e quarenta e nove minutos, constatada a existência
de quórum, o Presidente declarou iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi apreciado o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 005/14 (Processo nº 1907/14), em sua parte
vetada, após ser discutido pelos vereadores Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna,
Kevin Krieger e Reginaldo Pujol. Na ocasião, foi aprovado Requerimento de
autoria da vereadora Sofia Cavedon, solicitando votação em destaque dos artigos
3º e 6º do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/14, após ser
encaminhado à votação pelo vereador Airto Ferronato. Foi votado destacadamente e aprovado o artigo
3º do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/14, considerando-se
rejeitado o veto parcial oposto, por vinte e oito votos SIM e dois votos NÃO,
tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Any Ortiz,
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, João Derly, Jussara Cony,
Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario
Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo
Brum, Pedro Ruas, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter
Nagelstein e Waldir Canal e Não os vereadores João Carlos Nedel e Reginaldo
Pujol. Foi votado destacadamente e rejeitado o artigo 6º do Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 005/14, considerando-se mantido o veto parcial oposto, por
quatorze votos SIM e quatorze votos NÃO, tendo votado Sim os vereadores Alberto
Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, João Derly, Jussara Cony, Lourdes Sprenger,
Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha
Negra e Não os vereadores Airto Ferronato, Cassio Trogildo, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Valter Nagelstein e
Waldir Canal. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 103/14 (Processo nº
2682/14), por vinte e quatro votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos
vereadores Engº Comassetto, Sofia Cavedon e Mario Fraga, em votação nominal
solicitada pelo vereador Dr. Thiago, tendo votado os vereadores Airto
Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassio
Trogildo, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon e
Tarciso Flecha Negra. Em Votação, esteve o Requerimento nº 093/14 (Processo nº
2409/14), o qual obteve nove votos SIM, dois votos NÃO e três ABSTENÇÕES, em
votação nominal solicitada pelo vereador Cassio Trogildo, tendo votado Sim os
vereadores Bernardino Vendruscolo, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Séfora Mota
e Sofia Cavedon,
votado
Não os vereadores Paulo Brum e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção os
vereadores João Bosco Vaz, João Carlos Nedel e Tarciso Flecha Negra, votação
essa declarada nula em face da inexistência de quorum deliberativo. Às dezessete
horas e sete minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o
Presidenta declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Dr. Thiago,
Marcelo Sgarbossa e Professor Garcia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
vereador Márcio Bins Ely. Durante a Sessão, os vereadores Reginaldo Pujol,
Sofia Cavedon, Jussara Cony, Mario Fraga, Dr. Thiago e Idenir Cecchim
manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e quarenta e
quatro minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Delegado Cleiton e
secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Na Sessão anterior, na Sessão normal, como não
houve Ordem do Dia, nós vamos ficar prejudicados, pois vai constar como
ausência. Eu quero que faça esse devido registro nos Anais.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Nós vamos ter agora, Vereador, o senhor não ficará
com falta.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2202/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/14, que altera o caput do art. 13 da
Lei nº 10.226, de 10 de outubro de 2007 – que cria a Secretaria Municipal de
Turismo (SMTUR) no âmbito da Administração Centralizada do Executivo Municipal,
prevê o planejamento e o desenvolvimento do Programa Municipal de Turismo
(PMT), cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas a serem lotados na SMTUR,
extingue o Gabinete de Turismo (GTUR), do Gabinete do Prefeito (GP), bem como
Cargos em Comissão e Função Gratificada lotados no GTUR, revoga o art. 1º da
Lei nº 9.735, de 11 de maio de 2005, alterada pela Lei nº 10.239, de 16 de
agosto de 2007, e dá outras providências –, prorrogando o prazo de vigência dos
Cargos em Comissão criados por essa Lei.
PROC.
Nº 2519/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 233/14, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que
declara de utilidade pública
o Sempre Mulher: Instituto de Pesquisa e Intervenção sobre Relações Raciais.
PROC.
Nº 2624/14 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/14, que autoriza o Executivo Municipal a
conceder ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), da Caixa Econômica Federal
(CEF), o uso de próprio que descreve, para fins de implemento de construções
para habitação popular, na sistemática do Programa Minha Casa Minha Vida.
PROC.
Nº 2642/14 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 035/14, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e do Ver. Pedro
Ruas, que concede a Comenda Porto do Sol ao senhor Jean Wyllys de Matos Santos.
PROC.
Nº 2694/14 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 037/14, de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que concede o Diploma
Honra ao Mérito à Clínica Help – Assessoria Psicológica Sociedade Simples Ltda.
PROC.
Nº 2759/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 013/14, que inclui § 3º no art. 17-A, altera o caput
e o § 2º do art. 66-A, revoga os §§ 3º e 4º do art. 66-A e altera o § 3º do
art. 68, todos da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que
institui e disciplina os tributos de competência do Município –; revoga a al. f
do § 2º do art. 18, altera o § 3º do art. 26 e inclui § 6º no art. 26,
todos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989 – que institui e
disciplina o Imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato oneroso, de
bens imóveis e de direitos reais a eles relativos –, dispensando o Executivo
Municipal de efetuar lançamentos por descumprimento de obrigações acessórias em
relação ao IPTU e TCL relativos às economias a que se refere, dispõe sobre o
limite para a dispensa do Executivo Municipal de ajuizar ações de cobrança da
Dívida Ativa e dispõe sobre compensação.
PROC.
Nº 2805/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/14, que cria a Subunidade 02 da UEU 22 da
Macrozona 09, institui regime urbanístico e dá outras providências, com base no
inc. IV do art. 162 e no inc. III do art. 76 da Lei Complementar nº 434, de 1º
de dezembro de 1999, alterada pela Lei Complementar nº 646, de 22 de julho de
2010.
PROC. Nº 2757/14 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 039/14, que
inclui parágrafo único no art. 11 da Lei nº 11.180, de 28 de dezembro de 2011,
que cria a Gratificação Previdenciária (GPrev), no âmbito do Departamento
Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre
(PREVIMPA).
PROC. Nº 2782/14 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 040/14, que
estende a vantagem prevista no art. 61 da Lei nº 6.203, de 3 de outubro de
1988, alterada pela Lei nº 6.412, de 9 de junho de 1989, que estabelece o Plano
Classificado de Cargos dos Funcionários do Departamento Municipal de Água e
Esgoto, dispõe sobre o Plano de Pagamento e dá outras providências, aos
detentores da Classe de Cargos de Guarda Municipal.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Não havendo Vereadores inscritos, está encerrado o
período de Pauta.
O SR. PRESIDENTE
(Delegado Cleiton – às 15h49min): Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1907/14 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/14, que altera o
art. 1º e inclui inc. V no caput do
art. 2º da Lei Complementar nº 341, de 17 de janeiro de 1995, estabelecendo à
Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) a realização de atividades em
regime de plantões de 12 (doze) horas consecutivas de trabalho por 36 (trinta e
seis) horas consecutivas de descanso, para assegurar o funcionamento de seus
serviços, e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela manutenção
do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 05-12-14
(sexta-feira).
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em discussão o PLCE nº 005/14, com Veto Parcial.
(Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº
005/14, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Senhores e senhoras, em debate o Veto Parcial do Sr. Prefeito ao projeto
que, finalmente, reconheceu que os colegas da FASC são iguais aos demais
colegas. Quando trabalham em regime de plantão, têm direito ao tratamento de
regime de plantão, o que os demais colegas já tinham conquistado e que respeita
tanto a dignidade humana quanto as condições de trabalho e o descanso
remunerado. E mais: também respeita a legislação em relação à hora noturna,
pois o regime de plantão acaba pegando de sete a oito horas noturnas, que têm,
por legislação, uma duração menor que a hora diurna – ela seria de 52 minutos
36 segundos.
Nós queremos dizer aqui para os Srs. Vereadores que
essa conquista foi na luta, na greve do início do ano, quando a FASC,
mobilizada com o conjunto dos municipários, levou a sua pauta com a correção de
duas injustiças: a primeira, de não ter direito aos plantões no formato dos
demais municipários, e de não ter direito à 13ª hora, ou seja, a hora reduzida,
o que resulta na realização de hora noturna. Nós levamos quase um semestre para
que a Prefeitura Municipal encaminhasse para esta Casa acordo de greve,
compromisso de greve, Ver. Mario Fraga, com o grupo de trabalho instalado desde
o início do ano. Por isso, quando votamos aqui o projeto de lei, nós tomamos,
coletivamente, duas medidas, e esta Casa aprovou: uma era explicitar o direito
à hora reduzida, portanto, a receber a 13ª hora; a outra era conceder
retroativamente ao início do ano, ao momento da conquista, ao momento da
construção desse compromisso. Quer dizer que não é algo absurdo a
retroatividade de seis meses. Então, me parece que vetar esses dois
dispositivos que corrigem injustiças, que repõem um direito... Os funcionários
da FASC já estão superpenalizados porque já não receberam isso por anos –
sabe-se lá cada funcionário há quantos anos vem tendo esse prejuízo – num
trabalho extremamente penoso, todo dia, para a sua saúde física, para a saúde
mental. Nós sabemos o que significa os nossos colegas trabalharem diuturnamente
com esse público vulnerável nos abrigos, na abordagem de rua, nas situações
mais dramáticas e contundentes que a cidade de Porto Alegre vive. Logo esses
funcionários tinham essa dupla penalização.
Eu peço ao conjunto dos Vereadores que derrubemos o
Veto a esses dois dispositivos, recolocando a justiça, dando um tratamento
igualitário, reconhecendo uma luta que teve sucesso e reconhecendo um acordo de
greve para que não se perca a credibilidade de quando, numa mesa de
negociações, se constrói uma solução, se constrói um acordo. Os municipários
recuperaram todos os dias paralisados, por mais que a Prefeitura não quisesse
garantir esse direito. Em nenhum momento os funcionários disseram que queriam o
mero abono dos dias parados. E foi muito duro conquistar a recuperação dos dias
para não ter perda salarial. Então, tudo o que foi construído naquela mesa de
negociações tem que ser honrado. Na nossa opinião, esses dois dispositivos que
ora estão vetados são dispositivos que descumprem o que foi construído com o
Governo, o que foi conquistado na luta dos municipários. Peço aos senhores e às
senhoras que derrubemos o Veto Parcial do Sr. Prefeito. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para discutir o PLCE nº 005/14, com Veto Parcial.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Eu queria trazer a posição do PSOL, obviamente
contra o Veto do Prefeito, e dizer que, na verdade, nós temos um conjunto de
perigos. Primeiro, em relação ao projeto dos plantonistas da FASC. Uma única
categoria em todo o conjunto da categoria que faz o regime de plantões ficará
excluída com o Veto do Fortunati em relação às Emendas nº 01 e nº 02. Uma
tratava da retroatividade, e outra tratava de colocar os trabalhadores
plantonistas da FASC no mesmo patamar de qualquer trabalhador plantonista do
Município de Porto Alegre. Então nós queremos encaminhar - os trabalhadores da
FASC sabem - para que, obviamente, haja a rejeição do Veto. Acho que um projeto
desses não pode ser apreciado, com um Veto do Governo, sem que haja uma
discussão das bancadas; não pode ser só a oposição que venha a esta tribuna
dizer o absurdo que é o Veto, diante de um acordo de greve, da mobilização da
categoria e diante da possibilidade do ataque à Assistência. Estou muito
preocupada com a questão da Assistência Social de conjunto no Município de
Porto Alegre. Aliás, não só a Assistência Social, mas podemos pegar vários
setores, desde o problema da saúde, dos leitos fechados no HPV; da crise pela
qual passa o HPS com a reforma interminável e com ar condicionado que, volta e
meia, dá problema; da crise nas escolas com a falta de professores. Mas no caso
da Assistência, nós temos dois fatos extremamente gritantes: primeiro, teve que
ter uma mobilização da categoria para aprovar o projeto que era do próprio
Governo no sentido de reordenar os cargos para garantir a implementação do SUAS
no Município de Porto Alegre. Mas esse reordenamento veio parcelado em muitos
anos, então, só daqui a sete anos nós teremos o conjunto de cargos necessário
para garantir a Assistência Social Integral para as pessoas mais vulneráveis,
para as pessoas em situação de rua, para as crianças e os adolescentes, uma
política de Assistência de baixa, média e alta complexidade no Município de
Porto Alegre. Nós temos o projeto envolvendo a gratificação e a redução da
jornada de 30 horas para Assistente Social que nunca veio para a Câmara de
Vereadores de Porto Alegre, embora já tenha sido aprovado lá no Congresso
Nacional; então, nós temos uma regulamentação das 30 horas para os Assistentes
e nós não a temos na prática aqui como não temos na saúde. Ao contrário, este
Governo tirou o direito de 30 horas, que era uma conquiste de greve dos
trabalhadores da saúde, e eles tiveram, ao mesmo tempo em que atacavam o
conjunto da categoria, a petulância de retirar um direito conquistado, que tem
a ver com o que a Organização Mundial da Saúde entende como uma jornada digna
para os trabalhadores que lidam com a vida e a morte, como é o caso dos
trabalhadores da saúde. Nós também estamos vivendo uma situação extremamente
complicada com o fechamento de equipamentos, com a política que está sendo
anunciada e que nós estamos resistindo, sobre o fechamento da Escola Porto
Alegre, que é o único equipamento educacional para pessoas em situação de rua
no Município de Porto Alegre. Não pode ser que o Governo queira fechar uma
escola que permite, muitas vezes, o único vínculo de adultos, adolescentes,
jovens que pararam nas ruas nas mais variadas situações, que já tiveram a
exploração, a expressão máxima do que esta sociedade diz que é igualdade
social. Na sua própria vivência, fecharam o seu equipamento educacional, que é
ímpar, porque tem um projeto político-pedagógico que garante a manutenção de
vínculos e, sobretudo, a busca de uma educação emancipadora. E pasmem: o
Governo diz que vai fechar a EPA para construir uma escola de educação infantil
no lugar, o que seria a mesma coisa que fechar o Hospital de Pronto Socorro para
abrir o Hospital da Restinga! Isso é um escândalo, é uma vergonha, é uma
política discriminatória, parte de uma política higienista daqueles que
criminalizam a pobreza.
Nós, que sabemos a importância da criação de
creches e escolas de educação infantil no Centro de Porto Alegre, estamos
extremamente preocupados. E nós oferecemos três alternativas para o Governo
Municipal: o terreno, que seria CMET Paulo Freire, entre a rua General Lima e
Silva e a rua José do Patrocínio; o terreno ao lado da Escola Porto Alegre, que
tem 600 metros quadrados, onde poderia ser construída uma escola de educação
infantil de porte alto, já que, em 600 metros quadrados, é possível construir
um prédio bem grande, que contemple a necessidade; e o mais importante e
urgente, que seria mais fácil, um regime de cooperação com as escolas da rede
estadual para as salas que estão ociosas, garantindo suprir a demanda de vagas
no Município de Porto Alegre. Mas é a aquela velha política de jogar povo
contra povo, de fazer cortesia com chapéu alheio, de fechar um serviço para
criar outro serviço, e, ao mesmo tempo, deixar uma população que já é
marginalizada, que já é desassistida, que já precisa de política habitacional.
Quanto ao programa Minha Casa, Minha Vida, não saem do papel os 3% que deveriam
ser para a população em situação de rua, que precisa de atendimento pleno na
saúde pública, que precisa de uma política transversal que garanta passar e
superar essa situação, fruto dessa sociedade extremamente desigual, que é a
sociedade capitalista.
Nós não podemos silenciar, e, inclusive,
gostaríamos de chamar todos para o dia 17 de dezembro, para a audiência pública, que vai ser o último
momento, neste ano, de mobilização para a gente exigir do Governo que não feche
a Escola Porto Alegre, para que garanta uma política de educação para as
pessoas em situação de rua. Nós estamos extremamente preocupados com a
assistência social, com a qualidade e com as condições que os trabalhadores têm
para trabalhar, e, ao mesmo tempo, com as crianças e adolescentes, nos casos
dos abrigos, nos casos da rede de assistência. Nós sabemos da falta de
funcionários, sabemos que, neste momento, na Vila Bom Jesus, como todos sabem,
há sucessivas guerras do tráfico de drogas. Neste momento, o abrigo Bom Jesus
funciona sem Guarda Municipal, uma irresponsabilidade com os trabalhadores, com
a comunidade, com aqueles que precisam ter uma política de segurança e de
assistência, como é o caso do Abrigo Bom Jesus. É inaceitável que funcione sem
Guarda Municipal. Nós estamos fazendo a cobrança aqui, num Requerimento,
exigindo que o Governo destine guardas municipais, que chame os aprovados no
concurso, para garantir segurança nos postos, nos abrigos e albergues, nas
escolas; para garantir que haja uma política comunitária de segurança pública,
que nós trabalhamos junto com os servidores da Guarda Municipal. Nós estamos
extremamente preocupados com a política de Assistência diante do fechamento, há
mais de um ano, do restaurante popular, a única refeição garantida de centenas
de pessoas com dificuldades financeiras ou de pessoas em situação de rua.
Então, infelizmente, este Veto veio coroar, não a política de Assistência
Social, mas a sua falta e o desrespeito aos trabalhadores. Nós votaremos contra
e estaremos lutando, lado a lado, com os trabalhadores, por mais direitos para
os trabalhadores da Assistência Social, e, sobretudo, por uma política efetiva,
que implemente o SUAS no Município de Porto Alegre, que garanta democracia,
transparência e participação dos trabalhadores num projeto de inclusão e de
assistência vinculada com as lutas do nosso tempo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Apregoo o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon, que solicita que sejam votados em destaque os arts. 3º e 6º do PLCE nº
005/14, com Veto Parcial. Em votação. (Pausa.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: Presidente, o Veto é endereçado ao art. 3º e ao
art. 6º. Quer dizer, já está sendo discutido e vai ser votado. Não precisa
colocar em destaque.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Vereador, pelo Requerimento que recebemos aqui, até
peço ajuda da Vereadora, mas ela gostaria que fosse votado em separado os dois
artigos.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Tem que destacar para votar separado.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, essa Questão de Ordem se faz necessária e eu vou ser bem
rápida. Eu não estava aqui no primeiro momento da Sessão, somente dei presença,
estava representando a Câmara no lançamento da primeira semana de doação de
medula óssea, um projeto de nossa autoria e que está tendo efetivação nesta
semana lá na Prefeitura. Aproveitei para conversar com o Sr. Prefeito Municipal
antes e dizer a ele que era imperioso que a Prefeitura recebesse os
trabalhadores, em função, inclusive, do acordo de Líderes que nós tivemos no
sentido de que não votaremos aquele projeto fazendário sem resolver a questão
do efeito cascata, isso foi tirado aqui. (Palmas.) Então, era nesse sentido que
me dirigi ao Sr. Perfeito. O Sr. Prefeito autorizou, iniciou pelo Vice-Prefeito
e também envolveu o Secretário de Administração para receber os trabalhadores.
Fui ao Gabinete do Vice-Prefeito, ele não estava, acabou de me ligar. Ele
receberá os trabalhadores no sentido daquilo que os trabalhadores precisam,
para que seja apresentado o projeto aos trabalhadores. Então, ele estará dando
a resposta imediatamente, assim que se articular, para receber o Simpa, os
trabalhadores, no sentido de ter a articulação solicitada, que é, na realidade,
a negociação. Assim que tiver a resposta da data, entre hoje e amanhã, com certeza,
poderemos anunciar, nesta Câmara, aos trabalhadores. Eu acho que é o papel
desta Câmara e de todos nós estarmos trabalhando para isso. Falei em nome da
Frente Parlamentar em Defesa dos Servidores do Serviço Público. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Parabéns, Vereadora. Eu lhe confesso, Ver.ª
Jussara, que a experiência conta muito em algumas ações. Faço a minha mea culpa, porque eu estive também,
anteriormente, em uma solenidade, que foi rápida, e não tive essa atitude digna
que a senhora teve. Então, parabenizo a senhora por essa atitude.
A SRA. JUSSARA
CONY: Para amenizar um pouco: o diabo não é diabo porque é diabo, é diabo
porque é velho. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Eu falei na experiência no Legislativo, Vereadora.
O SR. MARIO
FRAGA: Presidente, nesse mesmo sentido da Ver.ª Jussara Cony, quero agradecer e
dizer que eu já tinha feito contato, acho que a Vereadora já está sabendo,
sobre a reunião do dia 10, que é depois de amanhã. E a outra reunião, que seria
dia 15, eu falei com o Secretário Elói Guimarães e ele marcou para o dia 12.
Então, serão quarta e sexta-feira as reuniões do grupo de trabalho.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado. O Ver. Airto Ferronato está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, amigo Delgado Cleiton; senhoras e senhores; Srs.
Vereadores; estamos aqui para encaminhar favoravelmente ao Requerimento,
dividindo em duas partes a votação dos vetos de dois artigos que estamos
discutindo agora. A nossa proposta é, com essa divisão, votar em dois momentos,
manter o veto da retroatividade, e, com isso, nós rejeitaríamos o veto que diz
respeito à isonomia de vencimentos dos monitores da FASC com os monitores da
Saúde. Essa é a proposta que nós estamos fazendo oficialmente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO, com o voto
contrário do Ver. Reginaldo Pujol.
O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/14, com Veto Parcial.
O SR. KEVIN
KRIEGER: Boa tarde. Eu quero cumprimentar o Ver. Delegado Cleiton que está
presidindo esta Sessão, os Vereadores, as Vereadoras e o público que está aqui
conosco. Eu fiz questão até de
brincar, Fernanda, com o Ver. Pedro Ruas, dizendo que nem viria à tribuna, mas
que tu fizeste eu vir porque essa discussão sobre a FASC é, sem dúvida nenhuma,
muito importante. Quando eu ouvi tu falares que o projeto da FASC é um projeto
de sete anos, sem dúvida nenhuma, ele foi feito e discutido inclusive com o
Sindicato – com o Simpa –, um projeto que prevê, em sete anos, a regularização
total da Fundação de Assistência Social e Cidadania. Nós
gostaríamos muito, sim, de poder resolver de um ano para o outro. Mas, sem
dúvida nenhuma, esse projeto de lei reorganiza o Sistema Único da Assistência
Social. Cecchim, eu tenho que ser justo com o Prefeito Fortunati, porque, com
todas as dificuldades financeiras que o Município vem vivendo nos últimos anos
e nas últimas décadas, nós conseguimos fazer um projeto de lei ser aprovado,
com duas emendas da Ver.ª Sofia vetadas. Nós, no Plenário, escutando mais uma
vez os servidores da Fundação que estão aqui e que têm toda a razão em
reivindicar algumas questões que outros plantões da Prefeitura Municipal, do
DMAE, da Guarda Municipal e de outros órgãos da Saúde têm benefícios que a
nossa Fundação não tem. Então nós costuramos aqui com o Gil, falamos com o
Ferronato, com o Mario, que conversaram com o Governo para que a gente pudesse
fazer uma negociação e pudesse, sim, fazer um meio-termo nas emendas que estão
sendo apresentadas, sendo liberada a base para votar a Emenda nº 01 e ir a favor
do veto na Emenda nº 02. Então, agradecemos ao Governo pela sensibilidade de
entender que esta indicação para os servidores da Fundação é muito importante.
Em relação à assistência social, sem dúvida
nenhuma, Ver.ª Fernanda, a assistência, ao longo dos anos, vem se atualizando,
se qualificando, melhorando, mas se tem muito ainda por fazer. Os anos vão
passar, e esses sete anos, quando passarem, teremos feito muitos avanços na
nossa Cidade, nos abrigos, nos albergues, nos Centros de Referência de
Assistência Social, nos Centros de Referência Especializados de Assistência
Social, que, hoje, são liderados por servidores públicos de carreira e que, a
partir da sanção desta lei, começam a ser valorizados nas suas funções
gratificadas, sob o comando dos servidores públicos, que, até então, alguns
ganhavam e outros não, além da criação de 662 cargos de servidores públicos
municipais. São 662 cargos! Sete anos? Sim, sete anos para que isso aconteça,
mas isso, independente do Prefeito, do Secretário de Assistência Social, vai
ter que acontecer, porque foi aprovado em lei por esta Casa e com o apoio dos
servidores da Fundação. E isso ninguém vai tirar. Isso vai ficar na história,
Mario Fraga e Ferronato, que lutaram, no recesso, junto conosco, quando tivemos
dificuldades na aprovação deste projeto, e fomos até o Governo e convencemos o
Governo de que era fundamental para esta Cidade que pudéssemos aprovar o
projeto de lei que reorganiza a FASC. Serão sete anos de construção, e serão
sete anos de construção e muitos e muitos e muitos anos que os próprios
servidores da Fundação já fazem por esta Cidade, que são referência nacional,
desde a década de 1980, na Assistência Social. Porque se o Sistema Único de
Assistência Social virou lei nacional, muito saiu desta cidade de Porto Alegre,
da cabeça, da mente, dos trabalhadores da Assistência Social. E isso é
valorizado quando o Prefeito Fortunati entende da importância deste projeto e
veta apenas essas duas emendas; e nos vetos, ainda, cede no sentido de que
possamos ter a base liberada na Emenda nº 01 - que é um indicativo de que já
deve estar acontecendo o pagamento dessas horas, que não acontece para a FASC e
acontece para outros servidores.
Eu digo para vocês, com toda a tranquilidade, por
ter sido gestor da Fundação durante seis anos: pode haver plantão igual, mas
mais difícil e mais complexo do que o da Fundação não há. Talvez na Saúde seja
tão difícil e tão complexo, mas, sem dúvida nenhuma, a Fundação, nos seus
abrigos, nos seus albergues tem um dos plantões mais difíceis do dia a dia,
pois um é diferente do outro. E está aqui alguém que já fez plantão na FASC,
nos abrigos. No primeiro ano em que estive na FASC, nós assumimos e a Direção
da Fundação foi lá ajudar os servidores a fazer plantões nos abrigos,
principalmente na Casa de Passagem e na Casa de Acolhimento. E também, de 2001
a 2004, quando eu mesmo fazia plantão no Conselho Tutelar, que é complicado, é
complexo, depende de toda a rede, da Fundação, da área da infância e da
juventude.
Então, o nosso apoio e a nossa dedicação, sempre ao
lado desses trabalhadores, desses servidores, mas também a nossa coerência com
o Governo que foi parceiro, encaminhou, aprovou e sancionou essa lei que vai
ficar na história de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLCE nº 005/14, com Veto Parcial.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
nós estamos debatendo o projeto de lei aprovado por esta Casa que mereceu Veto
do Sr. Prefeito Municipal a dois dos seus artigos, exatamente aqueles que
decorreram das Emendas nº 01 e nº 02, as duas únicas apresentadas ao projeto,
ambas durante o encaminhamento da votação, portanto aprovadas sem nenhum exame
prévio das Comissões Temáticas da Casa.
Nós fomos Relator desse projeto na Comissão de
Constituição e Justiça e opinamos pela sua legalidade, com documentação, Ver.
Kevin, absolutamente adequada, de vez que alguns vícios do projeto
originalmente apresentados foram tempestivamente corrigidos através de uma
ampla negociação que se estabeleceu entre a categoria e o Governo do Município,
negociação essa da qual participei em vários momentos. Agora o Veto chega a
mim, também, para relato. E eu não tenho a mesma posição com relação às
emendas, a respeito da sua legalidade, como tive com relação ao projeto. Aliás,
Ver.ª Sofia Cavedon, quando votamos, naquele momento eu fui muito categórico em
dizer que estava votando, tinha as minhas restrições quanto à legalidade e à
constitucionalidade da matéria, mas fazia um esforço que a Casa fazia no
sentido de votar um projeto que se arrastava na Casa há mais tempo e que os
interessados clamavam por uma decisão. Não votei nem a favor nem contra.
Ausentei-me do plenário durante essa votação e o fiz para ficar com a
tranquilidade de agora sustentar as posições que esta sustentando. Em primeiro
plano devo acentuar que essa medida conseguida pela Ver.ª Sofia Cavedon...
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Uma das emendas, a
que se refere a 13ª hora, ou seja, o direito à hora noturna, inclusive, apenas
se remete a uma legislação municipal para que ela seja cumprida também para a
FASC. Então, já há um amparo legal na legislação municipal aplicada aos demais
funcionários e não aos servidores. Obrigada.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço o aparte de V. Exa. e retomo a linha de
raciocínio que estava desenvolvendo dizendo que a Casa, inclusive a
requerimento da Ver.ª Sofia, conseguiu uma situação que me parece um tanto
quanto inédita, que é o de seccionar a votação de um voto parcial. O que vale
dizer o seguinte: a discussão que temos agora, Ver. Tarciso, será reaberta
daqui a um pouco mais, porque, já que vai se votar como destaque ambos os
artigos vetados, cada um deles terá uma discussão especial, um encaminhamento
especial. E lá nós esmiuçaremos melhor algumas restrições, especialmente porque
somos do entendimento de que o Veto do Sr. Prefeito é muito categórico e busca
preservar sua autonomia, sua privacidade e o respeito à Lei Orgânica e à
Constituição Brasileira. Se a composição agora flexionaliza esse entendimento
com relação a uma das emendas, Ver. Marcio, nós ficamos numa tranquilidade
muito grande, porque esse flexionamento foi obtido em negociações com a
liderança do Governo, com a representação do Governo, o que demonstra que ele
abriu mão daquilo que ele havia vetado até o presente momento, e nós ficamos
com a liberdade de aceitar ou não essa nova posição do Governo. Para mim, seria
até extremamente cômodo, simpático, se eu viesse aqui e simplesmente aprovasse
uma dessas emendas; provavelmente, ganharia o aplauso de muitas pessoas, mas eu
não ficaria em paz comigo mesmo, ficaria parecendo que eu mudo de posição
quando o Governo muda de posição. Não, as minhas posições, especialmente a
respeito de juridicidade independem da posição do Governo, e acho que, em ambos
os casos, o argumento que o Governo apresentou para o Veto é igual para ambas
as situações, a preservação da sua condição de Chefe do Poder Executivo que tem
competência privativa amplamente exposta durante a exposição dessa matéria. A
negociação, a flexibilização, para muitos, Ver. Tarciso, pode ser uma
tranquilidade absoluta, e para mim, gera essa intranquilidade. Eu não posso um
dia dar um parecer sustentando um fato, e cinco ou dez dias depois votar
completamente diferente. Chega de que a gente vota tecnicamente nas Comissões e
politicamente no plenário! Eu vou continuar votando tecnicamente nas Comissões,
politicamente no plenário, mas com razões jurídicas bem fundamentadas. Era
isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: À guisa de encaminhamento, mas faço aqui muito rapidamente: trata-se
então da garantia da 13ª hora, ou seja, reconhecimento das horas noturnas
menores que as diurnas.
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação nominal o art. 3º, destacado, do PLCE nº
005/14, com Veto Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM e 02 votos NÃO. Rejeitado o Veto.
O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, eu vou fazer uma Declaração de Voto, que apresentarei por
escrito, utilizando os fundamentos do meu Parecer ao Veto Parcial. É a
justificativa do meu voto. Entregarei esse documento no transcurso da Sessão.
Peço que V. Exa. dê como acolhida a nossa Declaração de Voto.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Feito o registro, Ver. Reginaldo Pujol. Em votação
nominal o art. 6º, destacado, do PLCE nº 005/14, com Veto Parcial. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por 14 votos SIM e 14
votos NÃO. Mantido o
Veto.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 103/14 – (Proc. nº 2682/14 – Ver.
Engº Comassetto e outros – Bancada do PT) – requer Moção de Solidariedade com os
municipários de Porto Alegre, quanto a convocação e pagamento para o regime de
trabalho de 40 horas.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação o Requerimento nº 103/14. (Pausa.) O
Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 103/14, como autor.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
Vereadoras, prezados municipários e municipárias aqui presentes, esta Moção que
apresentamos no dia 19 de novembro surgiu num momento em que diversas
organizações dos trabalhadores municipais se dirigiram a esta Casa pedindo o
apoio dos Vereadores para que ajudássemos a construir uma solução que
garantisse os salários, que enfrentássemos o debate na política e que nos
colocássemos à disposição para enfrentar o tema. Nós protocolamos esta Moção -
e eu quero repetir o que eu disse aqui naquele momento -, mas, na verdade, é
uma Moção de toda a Câmara Municipal. Nós realizamos um conjunto de reuniões, e
eu queria, Ver. Ferronato, dialogar com o senhor sobre o debate que fizemos no
início da tarde e sobre o compromisso que fizemos na quinta-feira passada na
reunião Mesa e Lideranças – e lá estavam as lideranças de todos os partidos –,
qual seja, que esta Casa vai enfrentar este tema este ano, e que o Município,
prezado Gil, que representa aqui o gabinete do Prefeito, vai enviar o projeto
aqui para esta Casa. Já temos marcada, para a próxima quinta-feira, Reunião
Conjunta das Comissões, ou na quinta da semana que vem, e votaremos neste ano
todos os projetos a serem analisados nessa Reunião Conjunta. Portanto, esta
Moção, prezados colegas - Ver. Cecchim, o senhor que veio debater aqui naquele
dia -, é mais do que uma Moção de Solidariedade; é uma Moção, no nosso
entendimento, do compromisso da Câmara de enfrentar esse tema sem vacilação
legislativa. Portanto, peço aos colegas Vereadores e Vereadoras que aprovemos
esta Moção, pois ela esta destinada a ser enviada ao Ministério Público
Estadual, ao Poder Judiciário do Rio Grande do Sul, ao Supremo Tribunal
Federal, ao Sr. Prefeito Municipal, à Secretaria de Administração de Porto
Alegre, ao Sindicato e às demais entidades dos municipários. Ela tem o caráter,
sim, de ter uma afirmação política da Câmara de
Vereadores, dizendo que está disposta a enfrentar esse tema e a votar a
qualquer momento o projeto para que os funcionários não tenham uma surpresa de
final de ano, que seria a redução de 30%, 25%, ou 20% nos seus salários. Então,
essa medida vem ao encontro do que já votamos aqui no dia 19, um documento apresentado
pela Verª Fernanda, que aprovamos por unanimidade. Portanto, venho aqui
novamente pedir aos colegas Vereadores, reforçando esse processo, que venhamos
a votar, sim, por unanimidade desta Casa, para dizer que a Câmara de Vereadores
está comprometida a resolver o problema do efeito cascata do funcionalismo sem
nenhuma perda salarial para estes. Neste momento, a nossa posição está clara, e
quinta-feira resolveremos isso junto com a presidência a fim de colocar no
calendário assim que o projeto
chegar aqui. Concluo, como um dos autores da Moção apresentada, assinada por
mim e pelos Vereadores Alberto Kopittke,
Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon, estendendo-a a todos os
demais partidos desta Casa para que seja uma Moção da Câmara
de Vereadores, enfrentando o processo que aí está e nos colocando à
disposição, mesmo para enfrentar o período de recesso que vem - votarmos isso
antes do recesso, Ver. Dr. Thiago. Um grande abraço. Pedimos o apoio de todos
para a aprovação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. DR.
THIAGO: Obrigado, Presidente, eu só quero manifestar aqui a minha solidariedade
e apoio ao que o Ver. Engº Comassetto está manifestando, uma vez que tínhamos
contatado com a Procuradoria na semana passada. A informação do Procurador é
que nenhum salário será descontado, a não ser no devido processo legal, que
isso envolve o contraditório e a ampla defesa. E quero manifestar aqui, Ver.
Cleiton, que me foi cassada, infelizmente, a palavra de encaminhamento; por
isso o estou fazendo no microfone de aparte. Foi cassada a minha palavra, a
partir do meu partido. E eu, a partir de hoje, não encaminho nada mais pelo
Partido Democrático Trabalhista. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Feito o registro. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 103/14.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, essa Moção de Solidariedade que a Bancada do Partido
dos Trabalhadores protocolou em 19 de novembro tem a intenção de que a
Câmara... Porque no momento em que for aprovada pelo conjunto dos Vereadores,
nós vamos estar nos manifestando formalmente, enquanto Câmara Municipal de
Porto Alegre, ao Ministério Público Estadual, ao Poder Judiciário do Rio Grande
do Sul, ao Superior Tribunal de Justiça, ao Superior Tribunal Federal, ao
Prefeito Municipal de Porto Alegre, à Secretaria de Administração, ao Simpa e à
ATEMPA também, enquanto Câmara de Vereadores, que nós estamos apoiando
integralmente os municipários, que convivem com a iminente ameaça de confisco
dos seus salários; apoiando no sentido de que isso pode representar uma perda
de 15, 20 ou 30%. A massa salarial, a massa salarial dos municipários é
modesta, é horizontal e não suporta uma redução como essa.
E nós entendemos que um órgão, com a importância da
Câmara Municipal de Porto Alegre, que fala pela cidade de Porto Alegre, já se
manifestou pelo ofício do Presidente da Casa ao Presidente do Tribunal de
Justiça, mas deve se manifestar pelo pleno da Casa, em votação oficial, dizendo
que há uma injustiça... Procede o Ministério Público, procede a Justiça,
pedindo ao Prefeito Municipal a celeridade da alternativa, no caso de perdermos
todas as etapas da contestação do entendimento do Ministério Público.
Então, nós tínhamos entrado naquele período,
inclusive, entendendo que era importante essa formatação, essa formulação,
porque em muitos momentos a Casa se manifestou à Presidência da República, ao
Governo do Estado, aos órgãos competentes, com base no Regimento.
Nós já falamos bastante desse tema. Eu quero, aqui,
pedir ao conjunto dos Vereadores, que apoiem, também, pela ideia de que há hoje
um entendimento jurídico que mistura distorções no funcionalismo público, que
não tem nada a ver com esse entendimento e com esse combate que faz o Ministério
Público.
É lamentável, é lamentável que um órgão entenda
necessário, entenda republicano, entenda da sua responsabilidade, questionar o
plano de carreira dos municipários. Eu quero dizer que é lamentável, por quê?
Porque não se trata de nenhum privilégio, de nenhuma distorção absurda;
trata-se do custo, do valor de uma hora/trabalho, Ver. Nedel, quando o
funcionário é convocado para trabalhar mais, simplesmente, ser pago pelo
valor/hora, pelo qual ele trabalha, ou seja, pelo o que ele conquistou, pelo o que
prevê a sua carreira, que resultou da sua luta, o que resultou do seu tempo de
trabalho - trabalhou recebeu os triênios, recebeu as promoções na carreira, a
muito custo, respeitando interstícios. Então, esse combate ao fato de que se eu
trabalhar 40 horas... Eu estou trabalhando 30, se eu trabalhar 40, eu me nego a
trabalhar num valor/hora mais baixo do que eu já conquistei, isso é absurdo,
são entendimentos que devem ser combatidos no Ministério Público, tem que ser
combatido. Claro que nós aqui fazemos no sentido positivo de solidariedade ao
conjunto dos trabalhadores municipais, buscando o entendimento, buscando ainda
um espaço de reversão, porque a gente não tem ideia das consequências de um
entendimento desses, numa possibilidade de crescimento na carreira, de obtenção
no salário mínimo, em função de 30, 35, 40 anos de trabalho. Então me parece
que é muito grave o que está acontecendo: coloca-se, numa vala comum, possíveis
outras distorções, possíveis outros acúmulos de gratificações, e não se combate.
Eu não vejo Ministério Público, Justiça, por exemplo, questionar; ao contrário,
apoiaram publicamente a vergonha da criação da aposentadoria dos Deputados
Estaduais, a vergonha, a vergonha, porque o mesmo Ministério Público, o mesmo
Tribunal de Justiça que está fazendo esse questionamento inaceitável da nossa
carreira, do nosso tempo de serviço, da nossa hora/trabalho, apoiou no rádio em
manifestação uma criação de previdência, onde não tem tempo de
sustentabilidade, onde o Estado vai pagar dois por um, por um sistema que é de
representação. Deputado, Vereador, representa por período temporário, não é
emprego, não é carreira, não é ganho de vida; é uma representação política da
cidadania, temporária, revogável e que não pode acumular privilégio. O Ministério
Público e o Tribunal de Justiça não acham nem isso, nenhum problema. O Tribunal
de Justiça não acha o problema um auxílio moradia de R$ 4.500,00 para todo
mundo, todo mundo que se quer mora longe do seu trabalho. É vergonhosa a lógica
instituída na Justiça desse Brasil, quero dizer aqui, claramente. Por isso, a
minha revolta, um combate a uma carreira certinha, lutada, batalhada pelo
conjunto dos municipários. Então a intenção dessa nota que nós construímos há
algum tempo é para que, formalmente, a gente se indigne, a gente se manifeste e
diga que não tem nada errado com os municipários, que não tem nada errado com a
sua carreira; talvez tenha uma dívida histórica dos Governos de, finalmente,
fazer um plano de carreira para os funcionários que não os professores. Isso
está errado! Uma carreira de verdade! Então é muito importante tentarmos
combater o conceito, porque, senão, fica muito difícil sustentar o que
verdadeiramente valoriza os funcionários, porque a legislação é absurda. É
muito fácil dar um auxílio-moradia, e isso não tem problema nenhum, o problema
é quando é carreira, quando é ano após ano, quando é trabalho suado, quando é
tempo de serviço. Isso é vergonhoso, está muito invertido! Nós precisamos nos
manifestar contrariamente, porque vão levando os anéis, e, daqui a pouco, levam
as nossas mãos e a nossa dignidade. Então eu peço ao conjunto da Câmara que nos
manifestemos desta forma, veemente.
(Não revisado pela
oradora.)
(O Ver. Professor Garcia assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Professor Garcia): Obrigado, Ver.ª Sofia. Gostaria de chamar o
Diretor-Geral Albano, o Diretor Financeiro Fernando e a Márcia Almeida. Srs.
Vereadores, público a que nos assiste, nós acabamos de voltar lá do Tribunal de
Contas. A Câmara de Vereadores recebeu o Prêmio Boas Práticas de Transparência
na Internet, categoria Poder Legislativo Municipal. É a primeira vez que a
Câmara está recebendo esta distinção. Então quero agradecer à Márcia. Parabéns
pelo trabalho que os funcionários têm realizado. Muito obrigado!
(Procede-se à entrega de certificado.)
(O Ver. Delegado Cleiton reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 103/14.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; municipários que nos assistem aqui na Casa; público que nos assiste
pela TVCâmara, eu falo em nome da nossa Bancada, Vereador-Líder, Márcio Bins
Ely, quem me delegou, como Vice-Líder da Bancada, a falar neste momento;
Vereadores João Bosco Vaz, Nereu D’Avila e Dr. Thiago e, com certeza, Ver.
Delegado Cleiton, somos favoráveis à Moção. Mas, parece que nunca teve outro
governo nesta Cidade, parece que tudo o que acontece aqui e agora é por causa
do Governo Fortunati e do Governo Fogaça. Parece que não existiu outro governo.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. MARIO FRAGA: A maioria das pessoas
que está aqui na liderança dos municipários sabe o quanto eu tento ajudar.
Inclusive, hoje eu já falei com o Elói Guimarães. Se alguém veio aqui dar algum
recado, ou alguma coisa, não. Mas eu falei com o Elói Guimarães para transferir
a reunião do dia 15 para o dia 12, e a outra reunião vai ser dia 10 e dia 12,
para tratar desse assunto. E, para quem me conhece e sabe que eu tento ajudar
sempre os funcionários municipais, falei com o Secretário da Fazenda também.
Eu vou tentar
dialogar, porque parece que, quando vocês pedem para votar o PL, ele já está
aqui. Esse PL só vai chegar aqui, se Deus quiser, até o dia 22, que é o último
dia que temos para votar. Falei com o Secretário da Fazenda, e ele tem o máximo
interesse no projeto dele, e ele me disse: Ver. Mario, esse projeto só vai
junto com o projeto das perdas salariais; o meu projeto não será votado, senão,
junto com as perdas salariais. E outra coisa, nós teremos que ter uma reunião
conjunta para votar os projetos aqui. E foi acordado lá, e talvez um Vereador
da oposição não tenha se expressado bem, foi acordado entre todos os
Vereadores, ou seja, entre os 36 Vereadores, que os dois projetos serão
examinados juntos, na Comissão Conjunta. Não é Ver.ª Sofia? Os dois projetos: o
da reposição salarial; e o da Secretaria da Fazenda. A votação dos Vereadores é
outra coisa. O Vereador pode votar “sim”, pode votar “não”, e pode se abster. O
que eu quero dizer é que parece que é uma meia dúzia de Vereadores que trabalha
para os municipários. Não é verdade! Eu tenho muitos amigos e parentes que são
funcionários da Prefeitura Municipal, e são muitos da Diretoria do Simpa que me
conhecem, eu tenho feito o possível e o impossível para ajudar os funcionários
municipais, tanto que pedi à minha Bancada, agora, votar o Indicativo da Moção
do Ver. Engº Comassetto para que seja favorável, que, neste momento, parece ser
contra o Prefeito Fortunati, do qual me orgulho de ser Vice-Líder do Governo
Fortunati aqui na Câmara de Vereadores! Vou aprovar a Moção. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Dr. Thiago, o Requerimento nº 103/14. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por
24 votos SIM.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 093/14 – (Proc. nº 2409/14 – Verª
Séfora Mota) – requer Moção de Repúdio
ao Sr. Paulo Augusto Oliveira Irion, Juiz da 6ª Vara Criminal da Comarca de
Porto Alegre, pela soltura do suspeito, preso em flagrante, de estuprar uma
jovem de 16 anos na noite do dia 12 de outubro de 2014.
Observação:
- votação adiada por uma Sessão em 26-11-14.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Cassio Trogildo, o Requerimento nº 093/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Nove
votos SIM, 02 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES. Não há quórum.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton – às 17h07min): Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos às
O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR. THIAGO: Ilustre Presidente, ilustres colegas Vereadores e
Vereadoras; quero, mais uma vez, Ver. Márcio Bins Ely, registrar o momento
inaceitável, o momento irregular, o momento deprimente que acabamos de
vivenciar. Para V. Exa., Vereador, eu quero reler o art. 65 da Lei Orgânica do
Município, que fala o seguinte (Lê.): “Os Vereadores são invioláveis por suas
opiniões, palavras e votos no exercício do seu mandato e na circunscrição do
Município”. Isso é o que diz o art. 65 da nossa Lei Orgânica. Portanto, V.
Exa., fazendo juízo prévio, portanto, tendo preconceito, cassou, talvez
legitimamente, a palavra deste Vereador. E eu peço que as notas taquigráficas,
mais uma vez, registrem isso. Quero dizer que não vou utilizar mais tempo de
Liderança nem de encaminhamento do Partido Democrático Trabalhista. Mas isso é
decorrência de diversos fatos que vêm ocorrendo, e que, de forma oportuna,
vamos relatar aqui. Não tenho nada especificamente contra nenhum Vereador, meus
colegas – Ver. João Bosco Vaz, Ver. Mario Fraga, Ver. Delegado Cleiton, Ver.
Nereu D’Avila e Ver. Márcio Bins Ely. Não tenho nada contra nenhum deles, mas
sou obrigado a fazer este registro.
Quero me dirigir, mais uma vez, à população de
Porto Alegre, que, efetivamente, vem encontrando dificuldades, Ver.ª Lourdes,
no seu atendimento. Quero, mais uma vez, apelar às autoridades competentes para
que possamos realmente avançar naquilo que já foi assinado com relação ao
Hospital Parque Belém; para que, efetivamente, possamos prover recursos humanos
no Hospital Presidente Vargas, que vem sofrendo gradativamente com esse
processo; para que possamos construir uma relação fraternal, uma relação de
convivência com os profissionais que militam na saúde. E aí me dirijo
especificamente à questão que norteou a discussão da semana passada: os
neurocirurgiões no HPS – metade deles pediu exoneração semana passada, metade
dos neurocirurgiões do HPS! Portanto, fazem com que a população se preocupe com
esse processo.
O Sr. Márcio
Bins Ely: V. Exa. permite um aparte?
O SR. DR.
THIAGO: Eu não vou conceder aparte, Vereador. O senhor me desculpe, não vou lhe
conceder aparte porque estes são os meus únicos cinco minutos, eu só tenho
estes cinco minutos. V. Exa. tem todo o tempo de liderança. V. Exa. pode usar
todo o tempo de liderança, pode fazer o que quiser com o tempo de liderança! Já
abri mão. V. Exa., inicialmente, tinha colocado que ia democratizar os espaços;
e V. Exa. não está fazendo isso! Independentemente da posição do Vereador!
Independentemente da posição do Vereador. V. Exa. está certo em não usar isso.
V. Exa. está certo! V. Exa. está certo!
Então, eu quero, efetivamente, poder apelar para
que possamos avançar nos acordos já estabelecidos na área da saúde, para que
isso possa minorar os problemas que se têm visto em Porto Alegre, para que isso
acrescente na qualidade de vida das pessoas.
Eu digo isso, eu não tenho nenhum problema pessoal
contra quem quer que seja, contra o Secretário da Saúde, eu não quero a função
dele. Não seria convidado, mas, mesmo que fosse, não aceitaria. Eu quero deixar
isso bem claro para que não passe aqui nenhum interesse pessoal. O que não dá é
para continuar ocorrendo o que vem ocorrendo, o que vem, cotidianamente,
ocorrendo, Ver. Bernardino. As pessoas acorrem aos nossos gabinetes por
problemas vinculados e derivados da área da saúde. Eu hoje atendi um paciente
que já foi atendido em duas oportunidades na Santa Casa, o Neimar, vou dizer o
primeiro nome dele. Ele tem 24 anos, tem um linfoma que salta aos olhos, e lá
foi dito para ele que ele tem que retornar ao posto de saúde para ser
reencaminhando para o hospital. Isso é desumano! Fazer isso com as pessoas é
desumano! Eu tenho imagens aqui que poderia passar, não vou passar agora, de
pessoas que urinam sangue há mais de dois meses e estão esperando por uma
consulta urológica. Elas têm pedras nos rins! Vão perder os rins, como outras
pessoas já perderam, e cito, em especial, o nome de uma paciente – Fernanda
Porto. Aguardou quatro meses por uma consulta urológica para poder fazer uma
litotripsia, quebrar as pedras, e não perder o rim. Perdeu o rim!
Infelizmente, esses casos têm se multiplicado. Os
diagnósticos oncológicos têm sido realizados nas emergências hospitalares! Os
pacientes vão às emergências hospitalares, fazem o diagnóstico avançado de
câncer, porque não conseguem ter acesso às unidades de saúde, e são orientados
a voltar à unidade para serem encaminhados para o hospital! Esse sistema que
está aí colocado não funciona. Ele já mostrou que não funciona, não vai
funcionar! Essa regulação está equivocada.
Então, é importante que possamos, de forma clara,
observar essas questões. O 156 mostra, Ver.ª Lourdes, claramente, que as
principais agruras das pessoas em Porto Alegre são vinculadas à saúde, e elas
têm tido um crescente! Isso não é o Vereador que está dizendo, é um instrumento
utilizado pela Prefeitura, que é o 156! As denúncias, as reclamações com a
saúde estão num gráfico exponencial! É importante que nós possamos olhar isso,
é importante que nós possamos ter sensibilidade de avaliar adequadamente isso
para que possamos corrigir. E é importante e é fundamental que tenhamos a
decisão política de poder melhorar essas questões. Essas questões que iniciam
no Hospital Parque Belém, a contratualização, a abertura do processo que foi
iniciado pela Secretaria da Saúde, que saudamos
aqui desta tribuna, que foi assinado pelo Secretário dia 14 de agosto, e hoje,
no Parque Belém, as últimas notícias são de que falta comida. Não falta mais
remédio, falta comida! Falta comida, Ver.ª Lourdes! É importante que possamos
ter um olhar especial pelo Hospital Presidente Vargas, um hospital-referência
em gestação de alto risco, um hospital-referência em cirurgia ginecológica,
referência em mastologia. Nós saudamos, desta tribuna, a reabertura da
emergência por parte do Secretário. Mas não adianta abrir emergência se não
tiver leito de retaguarda. Não adianta abrir emergência, ter um hospital de
referência em mastologia, e o mamógrafo quebrado há seis meses. Os pacientes
que chegam lá com suspeitas oncológicas estão sendo orientados a retornar aos
postos de saúde para serem reencaminhadas para o hospital de novo. Não adianta
nós termos um hospital no centro da Cidade, o HPS, com toda a sua história e,
agora, querer se determinar que esse hospital vai ser exclusivamente de trauma.
Onde serão atendidas as emergências clínicas do centro da Cidade? Essa é a
pergunta que a Cidade quer que seja respondida. Onde serão atendidas as
emergências clínicas? O Hospital de Clínicas está em reforma, o Instituto de
Cardiologia está sempre cheio. Onde é que serão atendidas essas emergências
clínicas? Por que é que Porto Alegre seria a única cidade abençoada no mundo
que tem dois hospitais exclusivamente para trauma? Alguém tem que responder
isso na Cidade! Onde está a questão dos contratos com o grupo de médicos, a
AMA, que está fornecendo médicos sem licitação, onde estão os contratos
vinculados ao Aghos, onde está o contrato Livro. A Cidade quer saber essas
coisas. Então, é sobre isso que esta comissão tem se debruçado, esta Comissão
tem sido extremamente propositiva e vai continuar sendo. Quero agradecer,
Presidente, o espaço e quero lamentar o incidente a que acabei fazendo menção
no início da minha fala.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereador. Quero dizer que, quando V.
Exa. me citou entre os colegas, eu havia conversado com V. Exa. antes,
inclusive tudo que é atitude que possa cercear a palavra eu sou contrário, V.
Exa. deveria ter citado isso. Mas não posso também deixar de falar que V. Exa.
faz parte de um Partido que tem uma história de gestão, seus votos e sua
colocação também vieram desses 65%. E esse Partido tem Líder e Vice-Líder, que
tinham, no momento, a preferência da palavra.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Ver. Delegado Cleiton, Presidente desta Sessão e Vice-Presidente da
Casa, na pessoa de V. Exa. quero cumprimentar os Vereadores e Vereadoras,
público que nos assiste nas galerias e na TVCâmara. Senhoras e senhores, venho
a esta tribuna, especialmente, para me dirigir ao Ver. Dr. Thiago, que fez uma
menção relativa a um pedido de encaminhamento na última votação, e quero dizer
com muita franqueza, meu amigo Ver. Dr. Thiago, que, às vezes, os partidos que
têm grandes bancadas, como o nosso, têm prós e contras. Trago aqui uns
exemplos: V. Exa. presidiu esta Casa por fazer parte de um partido que compõe
as quatro maiores bancadas da Câmara. Se hoje o Ver. Delegado Cleiton é
Vice-Presidente da Câmara, é também por fruto desse acordo, e nós temos uma
distribuição de tarefas e funções na nossa Bancada: o Ver. Dr. Thiago é o
Presidente da Comissão de Saúde, tem um espaço político para fazer o trabalho
que tem feito, aliás, com muita galhardia, lutando para que a gente possa
implementar as soluções na área da saúde na nossa Cidade. O Ver. Mario Fraga é
o nosso Vice-Líder da bancada, e quando a bancada é incitada a encaminhar, se
ela tem um Vereador, um Vereador encaminha; se ela tem dois, um Vereador
encaminha; se ela elegeu sete Vereadores, somente um Vereador vai encaminhar
pela bancada. Então, tivemos ali um conflito, pois o Vereador que é o
Vice-Líder da Bancada pediu preferência para encaminhar, e como o Ver. Dr.
Thiago já tem essa outra ferramenta de trabalho, que é a presidência da
Comissão... Eu, particularmente, hoje, respondo pela liderança da bancada, amanhã
pode ser que não seja mais eu; o Ver. Delegado
Cleiton hoje está na Mesa, amanhã pode ser que esteja de novo. Aliás, já está
inclusive divulgado que deve ocupar o espaço do PDT na primeira Secretaria da
Mesa na próxima Administração. Então, nesse sentido, eu quero construir um
entendimento. Acho que não há aqui nenhuma situação que possa suscitar alguma
relevância nesse processo. Apenas foi um encaminhamento que se dá em todas as
votações e foi dada a preferência para o Vice-Líder da Bancada. Não tem nada a
ver com outros encaminhamentos futuros, nem com o nosso período de liderança,
isso fica muito bem esclarecido e é dever nosso fazer este esclarecimento.
Também quero, aproveitando esse tempo de liderança, para fazer menção a um
protocolo e um pedido do Ver. Cassio, que entendo muito oportuno para a Cidade,
que foi a Comissão Especial para tratar do cinturão verde, da área rural. Quero
dizer que, particularmente, Ver. Cassio, estive debruçado sobre esse assunto,
quando Secretário do Planejamento, de 2009 a 2012. A gente vem acompanhando
essa questão da necessidade da preservação do ambiente natural na área de
ocupação rarefeita, que representa a metade Sul da Cidade. Mas também não tenho
certeza de que a melhor solução seja essa reacomodação de uma situação legal.
Hoje o Plano Diretor permite atividades compatíveis com atividades rurais na
Cidade, mas não, necessariamente, nós precisamos fazer uma modificação na lei,
que vai tornar os parcelamentos muito complicados. No nosso entendimento, nós
vamos estar fomentando, em primeiro lugar, as irregularidades, as áreas
ocupadas de maneira irregular ou de maneira clandestina; as ocupações
desenfreadas e as invasões. E nós sabemos o quão é difícil vencer situações
consolidadas, e que foram se criando - vamos dizer assim, num termo mais
didático - a facão na Cidade. Aquele cidadão pega uma gleba, divide os lotes
meio a olho, sem fazer a infraestrutura necessária e sai vendendo. Isso é
crime, é sabido. Isso se dá para aquelas situações em que a ocupação é
irregular ou clandestina, às vezes, até o proprietário tenta tramitar uma
aprovação de parcelamento de solo, mas não consegue. Então, a legislação
evoluiu muito, e eu tenho certeza de que esse trabalho que nós vamos fazer,
Vereador, talvez em 60, 90 dias, poderemos dar uma contribuição muito
importante sobre essa pauta para a Cidade. Hoje, nós não temos em Porto Alegre
nenhuma lavoura de soja, de arroz, são situações pontuais; nem mesmo os nossos
plantadores de pêssego estão contemplados por esse projeto. Eu confesso que já
dei uma olhada nos mapas, mas estão bem confusos; será necessário fazer um
trabalho, onde se possa esmiuçar essa situação. Então, acredito que seja muito
oportuno, Vereador, vamos ver quem do PDT estará participando, talvez até numa
relatoria ou numa vice-presidência para colaborar com V. Exa. nessa iniciativa.
Acho que é uma iniciativa que atinge uma parte do território importante da
Cidade, uma parte importante também no sentido da sua grandeza e do tamanho, da
área espacial da Cidade e também do número de habitantes que estão envolvidos
com essa situação.
Agora, eu quero dizer que Porto Alegre é uma cidade
que tem mais de 80% do seu PIB vinculado a comércio e serviços. Essa área de
produção primária não representa nenhum por cento do PIB da Cidade. Então, nós
vamos realmente ver qual é a melhor solução ou ferramenta legal para solucionar
as questões pontuais que existem no cinturão verde da Cidade. Talvez nós
precisemos aperfeiçoar essa legislação para que ela realmente possa beneficiar
quem precisa ser beneficiado. Vamos ver como está sendo tratada essa regra
geral; dessa maneira, teremos mais tempo para nos aprofundarmos e debruçarmos
sobre o que está sendo encaminhado e debatido e realmente ver, o que prevalece
no interesse coletivo da Cidade.
Nós mesmos tratávamos, quando daquela oportunidade
em que se fazia um estudo sobre a Zona Sul, da necessidade de implantação de
hipovias na Cidade; isso estava na pauta da agenda da Cidade, colocar vias para
andar a cavalo em Porto Alegre. Será que isso é compatível com a realidade dos
dias de hoje? Então, fica aqui essa dúvida, fica aqui esse questionamento, mas
com a certeza de quem tem a clareza de que é necessário se tentar construir
aquilo que possa ser o mais próximo possível do ideal para a Cidade é que nós
vamos estar ombreando com o Ver. Cassio e com aqueles que integrarão essa
Comissão para procurarmos uma solução para o Cinturão Verde da Cidade. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Kevin Krieger está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa tarde aos colegas servidores; Vereadores e Vereadoras. Durante a
tarde de hoje, tivemos os municipários aqui, e, quando transcorreu o período de
Pauta, eu não quis ocupar o tempo aqui para falar deste projeto sobre o qual
falarei agora, e o farei em período de Comunicações, já que nas Comunicações o
tema é livre. Isso ocorreu até para que o projeto fosse votado, como foi, e
liberados os servidores e servidoras para outras atividades.
Eu falo aqui de um projeto de lei de nossa autoria,
que institui o Programa Municipal de Pacificação Restaurativa, que, talvez para
quem não acompanha o tema da justiça restaurativa ou a autocomposição de
conflitos, seja um pouco não perceptível num primeiro momento, mas justamente é
o que se quer fazer aqui: incentivar que as pessoas resolvam, elas próprias, as
suas questões, as suas diferenças, as suas intrigas, e quem sabe até os crimes,
como já se têm experiências mundo afora, e Porto Alegre é uma das capitais do
Brasil que está à frente em relação a outros lugares no próprio País.
Basicamente é tornar central o papel da vítima, Ver. Mario. Tanto se fala aqui
que a vítima é um ator secundário no processo criminal ou em qualquer relação
de conflito; na justiça restaurativa ela tem uma função-chave, porque ela é
protagonista. Aqui vejo os colegas da Guarda Municipal, e a Guarda Municipal
inclusive participa de programas já em andamento na escola, e a diferença é
justamente esta: a vítima é convidada, não tem nenhuma obrigação, a participar
de acordos, da possibilidade de reencontrar o seu ofensor ou a sua ofensora.
Isso tem um potencial de transformação enorme. A pessoa pode até não querer
encontrar, como eu falei antes; isso não tem nada de vinculativo ou
obrigatório, mas já está comprovado que em muitos casos a vítima podendo olhar
frente a frente o ofensor, no mínimo ela afasta aquele fantasma que podia ter
criado depois da ocorrência daquele crime ou daquela situação em que houve a
lesão física ou psicológica à própria pessoa.
Então, muda a lógica, Presidente Delegado Cleiton,
que conhece isso, pois Porto Alegre tem inúmeros cursos de Justiça
Restaurativa, já existe toda uma comunidade voltada para esse tema. Em Caxias
do Sul aprovou-se uma lei em que os serviços municipais estão direcionados para
essa finalidade, que é o objetivo da nossa legislação, instituir um programa
que depois caberá ao Executivo definir as secretarias, quem serão os
responsáveis, quem são as pessoas, os servidores que tratariam da questão. É
muito diferente você ser acusado, por exemplo, e responder perante uma figura
abstrata chamada Estado. É aquela situação da sala de audiência, em que tem um
Promotor de Justiça, ou, anteriormente, um delegado de polícia que está ali,
processando e abrindo inquéritos, fazendo investigações no sentido de defender
a coletividade, ser o fiscal da lei, como no caso do Ministério Público, mas um
sujeito abstrato, em que o ofensor ou o acusado nem saiba quem é a pessoa.
Muito diferente disso é você ter na sua frente a pessoa ou o familiar de quem
você ofendeu, de quem você roubou ou ofendeu com palavras ou ações.
Então, vejam, é uma mudança de postura, é uma
postura dialogal, autocompositiva, com deliberações daquilo que se acorda,
junto com o acompanhamento da família ou pessoas de referência; modos de
reparação. Lembro do exemplo de um adolescente, em que basicamente ele colocou
nesse círculo restaurativo – assim é chamado – algo que ele sentia: ele não
conseguia encontrar familiares no final de semana, especificamente um pai. E aí
um dos acordos foi justamente almoçar com o pai no domingo. Pode parecer algo
banal, mas isso mexe com os sentimentos. Há uma frase que diz que toda a
violência é algo do afeto que não foi preenchido, talvez, esse seja um dos
casos.
Então nós estamos aqui lançando este projeto para a
discussão da Câmara de Vereadores, convidando o Executivo para que o apoie. Nós
sabemos que aqui temos uma situação de maioria – eu diria – esmagadora de
Vereadores da base do Governo. Nem sempre é assim, muitas vezes, Vereadores da
base do Governo, quando entendem dessa forma, votam destoando de posições do
Governo. Aqui é um projeto que tem um caráter revolucionário, eu diria assim,
porque muda a lógica do funcionamento, em vez da culpabilização, do vamos
atrás, vamos ver quem é.
Bom, vamos ver quem é, mas, a partir daí, se junta para ajudar a resolver o problema, de preferência, junto com a vítima. Fica aqui o convite para quem quiser conhecer mais, conhecer a experiência de Caxias do Sul, onde a lei já foi aprovada, já está em vigor, para se tomar esta causa. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Ver. Delegado Cleiton, eu vou aproveitar – aí não
falo como Presidente, aquela outra fala foi da presidência – para dizer que
acabei de vir agora do Memorial da Assembleia Legislativa, onde fui agraciado
pelo Conselho Regional de Farmácia, uma distinção que me alegrou muito. Nós
temos um grupo de trabalho que já é composto há mais de dois anos, e o Conselho
nos ajudou muito na lei e, agora, está ajudando muito na sua regulamentação.
Qual é a lei? A lei que instituímos que obriga as farmácias de Porto Alegre a
receberem remédio vencido. Só que faz um ano, o Secretário Casartelli sentou
com o grupo, o qual é bem expressivo, porque dele faz parte o Conselho Regional
de Farmácia, a indústria farmacêutica, pessoas ligadas ao Conselho Federal de
Farmácia, pessoas que fazem da política reversa do Governo Federal. Mas,
infelizmente, até o presente momento, o Secretário Casartelli não conseguiu, já
sentou com o grupo, e sempre dá um prazo de 30 dias, só que, infelizmente, ele
não consegue os 30 dias. No último dia em que ele esteve aqui, conversamos e
ele disse que estava saindo.
Mas eu fico contente que, pelo menos, o Conselho
Regional de Farmácia entende que a dificuldade não é nossa, porque, muitas
vezes – vou usar um termo – o Vereador acaba pagando mico por essas ações,
porque as pessoas ficam cobrando que nós não agimos.
Eu quero, mais uma vez, de forma fraterna,
agradecer ao Conselho Regional de Farmácia por essa distinção. Acho que essa
lei é muito boa, ela é pioneira no Brasil, e eu não tenho dúvida de que todas
as pessoas têm remédio vencido em casa e têm dificuldade para fazer o descarte.
A Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul colocou
que, muitas vezes, isso acaba retornando ao nosso lago Guaíba, e nós acabamos
ingerindo substâncias, claro que em proporções menores, diluídas, mas sempre
tem algumas coisas nocivas.
Então, essas distinções são inerentes à atuação parlamentar,
mas me honra muito receber, sendo eu professor de Educação Física, honrarias de
outros Conselhos. Eu já havia sido agraciado pelo Conselho Regional de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional, pelo Conselho Regional de Fonoaudiologia,
pelo meu Conselho, o Conselho Regional de Educação Física, e, agora, recebo
mais essa do Conselho Regional de Farmácia.
Eu faço parte do Fórum Nacional das Profissões
Regulamentadas na área da Saúde, e semana passada, inclusive, estive em
Brasília, porque estamos tratando da unificação. São 14 profissões que o Brasil
reconhece como profissão regulamentada, dez já passaram hoje no Mercosul, e no
Mercosul tem uma política de que todas as ações são somente convalidadas,
quando tiver unanimidade, ou seja, se um país não concorda, aquela matéria que
está sendo votada não vai adiante. Então, nós estamos trabalhando com isso,
fizemos na quarta-feira, e a dificuldade é que cada vez, neste País, que muda o
ministério, todas as equipes são alteradas, e perdem a memória, não são repassadas
uma equipe para a outra. E o Governo é o mesmo. Só que os membros que estão lá
tem que voltar e contar a mesma história para aqueles que estão assumindo.
Então, senhoras e senhores muito obrigado, e em
especial, mais uma vez agradecer essa distinção do Conselho Regional de
Farmácia. Muito obrigado, boa noite a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Ver. Professor Garcia. Quero cumprimentar
o senhor, em nome, acho que de todos os Vereadores, pelo Título que a Câmara
recebeu sob sua Presidência, e aqui externar o meu respeito pelo trabalho que
foi feito este ano. Faço questão de dizer que para mim foi uma honra ter
participado da Mesa com V. Exa., outros Vereadores e a equipe definida por
Vossa Excelência. Então, esse prêmio para nós é de grande importância, e faço
aqui a minha explanação no sentido de parabenizá-lo.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sei que V. Exa. está falando por todos nós em relação ao Presidente
Professor Garcia, mas eu também quero me somar ao meu companheiro de partido, o
nosso grande Presidente, quando estamos chegando ao final do ano. Certamente,
esse reconhecimento do Tribunal de Contas faz com que o Professor Garcia vá
para a galeria dos ex-Presidentes com uma galhardia ainda maior. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Séfora Mota está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h44min.)
* * * * *